sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diálogos/leituras inesperados

Ah, português maldito... no título já devo me render ao maculado masculino.

Escrevi um dia...

Como nos plurais a língua portuguesa nega a existência subjetiva humana e traduz o homo por homem.

Hoje presenciei um diálogo engraçado. Experimentei uma vez e neguei a interação, só observei.
Interessante e novo, para mim, intensa e derramada, um novo objeto de percepção. (a apatia)

- eu ainda quero casar, disse Maria, ter filhos, uma família.
- quer uma faca? disse ana

Analizaremos, cada um por si, a faca.
E eu conto que ela servia única e exclusivamente para o corte.

cenário... confeitaria das famílias.

Diálogo dois

-Ah! eu tenho tudo isso aqui (monografia na mão)
-Ah! e eu tenho uma prova
-Eu tenho uma filha!
(silêncio)

-,-,-Vamo indo?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É que depois da briga vem a exaustão.
E a gente não fala mais nada porque esgotou tudo que existia por dentro.
A tormenta que provoco com as minhas palavras me devolvem um choro incessante de arrependimento.
A falta de controle das próprias ações é reflexo da minha adolescência infinda.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Da vontade

Os dias estavam lentos, pastosos e a moça não tinha mais vontades. Mas a manhã era fria e ela adorava as manhãs geladas. O nariz estava vermelho e congelado. E havia calor. De repente ela acordou com uma lambida do sol, bem assim na cara. Feito um cachorro o sol a lambia feliz, a descongelar seu nariz e a fazer aqueles ruídos ansiosos que só os cachorros fazem. O sol arfava.
Ao olhar através da janela viu o dia perfeito de frio e sol. Ela então levantou-se da cama e finalmente decidiu que encararia a cidade. Passou um café e o bebeu devagar. Estava experimentando a fumaça quente. Fez xixi, lavou-se, penteou- se. Era a vontade chegando.

De súbito jogou-se. Rápido. Caiu assim do vigésimo andar.

No caminho matou uma velha. Ambas não existem mais.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

E.

É...

sabe que fiquei com medo dele? Imaginando aquelas histórias cinematográficas de perseguição e coisa e tal.

O mais estranho é que enquanto ele falava, eu falava, via as cenas, imagina cenários e escutava musiquinhas de trilha sonora.

Queria filmar aquilo

e não seria nada inédito.

Nos deparamos, me parece, com a realidade mórbida,

nua e crua, como tal,

como a vida.

Românticas nós,

fantasiamos!

E aí, vem um cigano e te diz com olhar, terno e ameaçador, que dorme depois de matar alguém.

"êta vida besta, meu deus!"

Um beijo,

G.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tarde

G.

Hoje o cara parou, pediu cigarro e contou que já matou. Contou que tem uma filha que é linda igual você. Ele falou que o que tá valendo mesmo é roubar mp12. Esses cellularzinho não vale 10 pila. E você falava e falava e falava. Ele te tirou de malandra. E aí disse que você era malandra, mas que eu era ainda mais perigosa que você. Aí eu até brinquei um pouquinho, haha, é eu quero robar banco e talz. E ele te falou que quando você for assaltada, é só falar que é amiga do Cigano. Você até falou pra ele parar de roubar. Eu ri quando ele falou que você parecia a ex dele. Ele me perguntou se eu conhecia o Escadinha. Você perguntou pra ele como era matar. Ele disse que foi batizado. E eu nem sabia que já tem mp12. Ele falou de armas, de família, de estuprador na cadeia, de helicóptero até.
Ele me entardeceu o dia. Subitamente subverteu a minha ordem. Será que eu sou mais perigosa porque eu sou quietinha? Só sei que o Cigano, cara jaguara, sabido das coisas, só quis se despedir de você, ignorou solenemente meu adeus. E foi só pra você que ele ofertou o nome salvador. Por via das dúvidas, é bom ficar de olho. E se eu sou mesmo perigosíssima e não sei?

E.

mulheres em 1938. Algumas décadas e?

DON´T DRINK TOO MUCH, as a man expects you to keep your dignity all evening. Drinking may make some girls seem clever, but most get silly...